sexta-feira, 17 de abril de 2015

Apesar de você, a luta continua !

     "Léguas cansativas, caminhos tristonhos, que fazem o homem se desenganar."   Creio que é precisamente o nosso caso, nosso, de cidadãos que se posicionam contra a situação que nos foi imposta por aqueles que tinham o dever de cuidar do país e de sua população mas que ao invés disso subverteram tudo o que tínhamos de bom, espoliaram o país, prostituíram a nação e tencionam escravizar  povo, sob o jugo de um sistema político tirânico e genocida.
      Temos o dever de nos insurgir contra isso, e temos feito de diferentes modos mas chega um momento em que o desânimo começa a se fazer sentir.  Não por conta do nosso empenho extenuado mas quando vamos nos dando conta de que parece que boa parte da nossa população é acomodada ou conivente com essa situação, e é a falta de apoio e engajamento que começa a minar os nossos esforços.
       Um exemplo disso foi o que ocorreu na manifestação de rua do dia 12 de Abril, quando as nossas estimativas eram de que teríamos nas ruas um número bem maior do que aquele da manifestação anterior, de 15 de Março, até porque nesse intervalo tivemos ainda mais escândalos e isso seria mais um fator de motivação para o engajamento natural de um número ainda maior de manifestantes. O que ocorreu foi que o número foi bem abaixo do esperado e são coisas assim que vão desanimando os organizadores dessas manifestações. Vemos um povo apático e conformado, que parece ainda não ter se dado conta de que está a um passo de perder tudo, principalmente sua liberdade, e mesmo assim não se mexe, sempre espera que o outro faça algo e não dá apoio a quem faz.
         São essas as "léguas cansativas, caminhos tristonhos que fazem o homem se desenganar", da música do Zé Ramalho, a que me refiro :  nós somos a Resistência, talvez a última linha de defesa que tenta impedir que os criminosos psicopatas se consolidem nas suas pretensões ditatoriais, e o fazemos para proteger o povo, o mesmo povo que vota nessa gente, não se dá ao trabalho de sair de casa para se unir a nós nos dias de manifestação, e não apoia o nosso esforço contra o plano de poder que eles implementam dia a dia neste país.
          "O que será que será, que todos os avisos não vão evitar ".   Acho que já temos essa resposta. Por mais que se mostre a verdadeira face desses criminosos, por mais que seja evidente que eles nem se dão mais ao trabalho de esconder seus crimes, por mais óbvio que seja que seremos uma Venezuela em pouco tempo, ainda assim as pessoas parecem estar anestesiadas ou pouco se importando com isso. E poucas coisas para mim são mais revoltantes do que ver pessoas de classe média-alta dando apoio direto a esses descalabros. Pessoas que foram massificadas ao ponto de não perceberem que se triunfar a tal revolução bolivariana elas não vão mais ter seus iPhones, nem suas roupas de grife, nem férias na Disney nem nenhuma daquelas delícias do capitalismo opressor  que elas combatem em prol do comunismo salvador. Elas próprias serão as primeiras a perder tudo, especialmente a liberdade, mas mesmo assim saem em defesa daqueles criminosos e exaltando pessoas como Fidel e Che Guevara.
           Essas pessoas não sabem ou não querem saber que ao lutar por algo assim elas abrem mão de suas vidas e de sua liberdade, não apenas as delas mesmas mas também as de seus filhos e netos, que terão de viver sob o domínio de um governo ditatorial para  quem o cidadão é apenas um instrumento do qual o Estado pode se servir como achar melhor. E aprenda, de uma vez por todas, eles são comunistas, e comunistas não tem pátria. Eles põe a bandeira vermelha à frente e acima da bandeira nacional, eles não falam em Brasil, falam em Pátria Grande, o conjunto de países comunistas ao nosso redor. E sempre que eles falarem em socialismo, é comunismo. Se falam em democratizar algo, significa censura. Se falam em movimentos sociais, são suas milícias. Se falam em bem-estar social, significa "o que for melhor para o Partido e para o Estado", nessa ordem.
           "Apesar de você, amanhã há de ser outro dia".  Sim, apesar de você, que é omisso, que não preza sua liberdade, que não se importa de se tornar escravo e que é covarde demais para tomar uma atitude e se unir àqueles que lutam contra isso. Apesar de você nós vamos resistir até o fim. E fazemos isso pelas gerações futuras porque a atual geração omissa não vale nem merece nosso esforço, mas apesar de você...

                                Daniel de Ávila

                                     e s c r i t o r
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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Por quê "Pensatorium" ?



            

                          Por que “Pensatorium” ?   Pensatorium é um termo que  alude  a  um  lugar onde se Pensa.  Mas  alguém  dirá : “Ora, pensar é uma atividade ininterrupta, portanto não estará vinculada a um lugar.” Ocorre que há diferença entre pensar e Pensar, e o que usei foi com P maiúsculo. Diremos assim, para facilitar : todos pensam mas bem poucos sabem Pensar.

                             Criei em casa, anos atrás,  um espaço físico para Pensar, esse sim o próprio Pensatorium. Um quarto pequeno, que em alguns lugares se chamaria “quarto do despejo”, aquele quarto auxiliar destinado a ser uma espécie de depósito. Esse lugar eu reestruturei para ser o Pensatorium. Não se trata de uma biblioteca, pois esta eu instalei no porão, com todos os seus 6.000 volumes. No Pensatorium está o básico : uma estante com livros que são trocados de acordo com o tema a ser pensado. Uma mesa, uma cadeira, uma luminária de mesa. Uma coleção de canetas, lapiseiras e especialmente as canetas destaca-texto, réguas. Um caderno e blocos de anotações. No canto, um rack com uma TV e um aparelho de DVD, pois muita vez algumas fontes estão na forma de disco, mas a TV ali nunca é usada como TV propriamente dita e sim como monitor do DVD. Um notebook, mas não ligado à Internet para evitar distrações. Ao entrar no Pensatorium o celular fica do lado de fora. Quando eu era criança eu lembro que naquelas revistinhas Disney, o gibi Tio Patinhas mostrava que lá na sua Caixa-forte ele tinha um lugar chamado “Sala das Preocupações”, onde não tinha nada dentro, uma sala vazia onde ele ia se preocupar, e no chão tinha um sulco circular de tanto ele andar em círculos, se preocupando. O Pensatorium é mais ou menos isso, mas usa-se a cabeça e não os pés para buscar resultados.

                          Resumindo a ópera, ali é um lugar de fazer o brainstorm de uma pessoa só. E ali surgem caminhos, ideias, indicações, pensamentos e até revelações porque quando se faz esse tipo de mergulho pode-se encontrar coisas inesperadas. Por analogia : um mergulhador vai até 100, 150 metros de profundidade, e as formas de vida que ele encontra ali já lhe são conhecidas. Mas se lhe fosse possível descer a mais de 1.000 metros ele começaria a encontrar formas de vida desconhecidas e surpreendentes, como ultimamente tem aparecido nas filmagens da Petrobras ao monitorar as instalações das tubulações no pré-sal : tem sido captadas criaturas totalmente desconhecidas que vivem naquelas profundidades. Ora, elas sempre estiveram ali mas não eram vistas porque não íamos até lá. Então, digamos que na mente acontece algo assim, quando se começa a descer mais e mais profundamente.

                          A primeira coisa é conhecer o problema a ser analisado, é preciso um foco. Reúne-se toda informação sobre ele, “conhece ao teu inimigo”, como dizia o velho Sun Tzu em A Arte da Guerra.   Agora vamos Pensar o problema, por todos os ângulos, e aquele que honra o cérebro que tem vai começar a perceber certos detalhes que costumavam passar despercebidos. Por isso exortei a manifestação do corpo pensante do país, composto por pessoas que independente do seu grau de cultura acadêmica percebem a realidade que as cerca. Acredite, a chamada cultura acadêmica não é sinônimo de esclarecimento porque eu conheço diversas pessoas com mais de uma formação acadêmica mas que nem por isso deixam de ser massa de manobra ou sabem Pensar como se esperava que soubessem fazer.

                          Em suma, eu, enquanto ente participante da sociedade não posso ser um IDIOTA, sendo que Idiota é uma palavra de origem grega que significa “aquele que fica olhando o próprio umbigo” ou seja, alguém que é alheio ao que lhe cerca, não está nem aí para o seu entorno e não participa de nada. Não tenho o direito de me alienar quanto ao que em cerca, e há outros tantos como eu. Ambicionamos um resgate ainda que minimamente parcial daquilo que foi a Alta Cultura, e para isso uma clara noção da realidade é conditio sine qua non.

                           O Pensatorium está em duas versões, uma como Blog onde farei minhas considerações, e outra na forma de lista de discussões, onde todo livre-pensador é bem-vindo desde que desprovido de proselitismo, doutrinação e comportamentos desse jaez.

 

                                                  Daniel de Ávila

 

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